O estudo inédito sobre Biodiesel contou com a parceria da Kaiser Agro e pesquisadores de Universidades do Paraná.
A Kaiser Agro, empresa de São José do Rio Preto voltada para o desenvolvimento de florestas produtivas, desenvolveu um projeto inovador de biodiesel a partir de sementes de seringueira.
Em parceria com a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e a Unicentro(ambas no Paraná), a empresa passou a pesquisar e desenvolver o biodiesel por meio do óleo da semente de seringueira.
De acordo com o coordenador do projeto, o gerente geral da Kaiser Agro, Fábio Tônus, a ideia teve início há quatro anos, quando a empresa decidiu estudar sobre a viabilidade da semente de seringueira.
“Sem utilidade, a semente caía e se decompunha no solo, gerando uma acidez que prejudicava o desenvolvimento da vegetação”, explicou o profissional.
Segundo Tônus, a partir dos estudos desenvolvidos em parceria com as universidades, foi observada uma grande quantidade de óleo nas sementes, começando, assim, um processo de extração do óleo.
Em seguida, o grupo responsável pela pesquisa passou a analisar as características deste tipo de óleo e suas possíveis utilizações. Foi verificada a possibilidade de transformação desse óleo em biodiesel.
O projeto conta com a atuação de três professores doutores das universidades envolvidas. Dalila Moter Benvegnú e Letiere Cabreira Soares, da UFFS, e André Lazarin Gallina, da Unicentro.
Muito além da produção
Com a produção de biodiesel em escala laboratorial nas universidades, a Kaiser Agro obteve, então, a certificação da Associação Nacional de Petróleo (ANP) pelo desenvolvimento de biodiesel por semente de seringueira. A empresa também já tem a patente registrada.
Além disso, um projeto junto à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão de fomento do Ministério da Ciência e Tecnologia do Governo Federal, foi entregue a fim de conseguir uma linha de crédito para a construção da primeira usina de biodiesel no Brasil e no mundo proveniente da semente de seringueira.
O novo projeto deve contar com um investimentos da Kaiser Agro, além de investimentos por parte do governo que incentivam a produção de combustíveis ecologicamente corretos.
Outro caminho para a viabilização da produção de biodiesel também será no licenciamento para empresas que já produzem biodiesel de soja e milho, a fim de fabricar o biodiesel da semente de seringueira em lotes maiores.
Biodiesel: combustível renovável e limpo
Para Fábio Tônus, investir em biodiesel a partir da semente de seringueira é basicamente uma visão de futuro, relacionada tanto às preocupações ambientais e climáticas – pela redução de emissão de gases efeito estufa através dos chamados combustíveis verdes – como econômicas.
“O biodiesel existente até o momento, proveniente de milho e soja, concorre com a alimentação humana, o que faz com que ele se torne um produto mais caro devido à concorrência direta com as commodities alimentícias”, analisou o coordenador do projeto, que aposta na ideia de um biodiesel a partir de uma semente não alimentícia como uma excelente alternativa para o mercado.
Outros benefícios econômicos da produção de biodiesel com a semente de seringueira envolvem, ainda, de acordo com o gerente da Kaiser Agro, a reinserção do Brasil no cenário de destaque mundial da produção de borracha (heveicultura), proporcionando também uma nova fonte de renda para o produtor rural que já possui plantações de seringueiras.
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